O MASP recebeu em 2019 um público de 730 mil pessoas. O edifício sede da instituição, inaugurado em 1968, é tombado pelo IPHAN, CONDEPHAAT e COMPRESP e o seu acervo, que representa a maior coleção de arte europeia fora da Europa, é também tombado pelo IPHAN.
A segurança dos visitantes e usuários e a importância histórica do edifício e do acervo são os balizadores das ações de adequação da edificação às normas de segurança contra incêndio hoje vigentes. Este projeto foi objeto de ampla negociação entre o MASP, o Corpo de Bombeiros e os órgãos de defesa de Patrimônio Histórico.
As obras de adequação da edificação, iniciadas em 2016, seguiram em 2020 com a compartimentação horizontal da escada que interliga o primeiro e segundo pavimentos do museu ao térreo, utilizando o sistema Vetrotech/ Jansenn de vidros e caixilhos resistentes ao fogo, representados no Brasil pela CKC. Tivemos grande cuidado no detalhamento da solução, pensada de forma respeitosa à arquitetura original do museu e minuciosamente detalhada durante a fase de projeto. Neste sentido, o apoio técnico da CKC, Vetrotec e Jansen foi fundamental, inclusive buscando certificações do sistema que permitissem a utilização de vidros de grandes dimensões. O resultado final foi excelente.
Arquiteta Miriam Elwing
Gerente de Projetos e Arquitetura do MASP

Além do desafio técnico envolvido na realização de uma compartimentação horizontal com essas dimensões, o desenho e detalhamento da solução foi objeto de grande dedicação por parte de toda a equipe envolvida. Conseguimos realizar um elemento transparente, que se integra de forma sutil ao espaço existente, e adequado às características de um edifício com grande relevância dentro da história da arquitetura moderna brasileira. Ao mesmo tempo que respeita o patrimônio construído, atualiza aspectos funcionais e de segurança aos padrões contemporâneos. Foi um trabalho realmente multidisciplinar, integrando aspectos tecnológicos, de design, logísticos e econômicos de maneira exemplar.

A renovação e aprimoramento de museus, nunca é tarefa fácil. Somar a um edifício, que é um dos maiores ícones de cultura, arquitetônico e social do país, uma tecnologia de proteção passiva contra incêndio por meio de elementos envidraçados resistentes ao fogo, foi um grande desafio. Desde as primeiras tratativas, o objetivo era entregar uma solução elegante e segura contra incêndio, porém que preservasse a arquitetura única da edificação. A partir destes pontos foi possível então gerar um projeto detalhado e que foi executado com bastante rigor, dentro do prazo proposto.
Este projeto seguiu para a execução sempre envolvendo a equipe do Masp e seus arquitetos. Por se tratar de uma edificação histórica, precisávamos nos atentar às peculiaridades do projeto, tais como: peso do conjunto, prumos, alinhamentos que sofreram desgastes e interferências comuns a um museu construído há mais de 50 anos. Por se tratar de um ambiente em processo de retrofit e aberto ao público, os trabalhos seguiram e as necessidades foram sempre sanadas com o mínimo de impacto para os visitantes.